Se a linguagem (para Lacan) é irredutivelmente fálica, a única forma que as mulheres têm de falar ou se comunicar é se apropriando do instrumento masculino. De um modo ou de outro, a mulher tem de "ter" o falo do qual sente falta:o déficit tem que ser compensado. Pra falar claramente, para comunicar e forjar vínculos com outros - para se social - a mulher precisa falar como um homem. Não falar isso é arriscar-se à psicose: voltar a um idioleto e colocar o vínculo social de lado. A versão de Lacan (que ele chama a père-version) da linguagem é, para Irigaray, repetida na maioria das teorias psicanalíticas da linguagem e da sexualidade. Se as mulheres querem ter uma identidade própria, a versão fálica do simbólico à qual foram sujeitas por tanto tempo precisa ser subvertida. Pois o simbólico tem sido a fonte de opressão da mulher.
Lechte, John, "50 Pensadores Contemporâneos Essenciais:do Estruturalismo à Pós-modernidade", tradução de Fábio Fernandes,Editora Difel.,2002
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