Até certo ponto o próprio Peirce antecipou as limitações que Eco e outros têm detectado em seus escritos sobre signos. E isso não se dá apenas no sentido de um cientista positivista pronto para ceder seu lugar na história para uma nova geração de pesquisadores, mas também no sentido de alguém que se via com um "pioneiro ou um caipira" engajado em "limpar e revelar" a "semiótica, ou seja, a doutrina da natureza essencial e variedades fundamentais da semiose possível". E como se antecipando a leitura de Dostoievski por Bakthin, Peirce também argumentou não só que todo pensamento é necessariamente em signos, como também que "todo pensamento é dialógica em forma", ainda que esse diálogo seja apenas consigo mesmo. Essa linha dinâmica na teoria dos signos de Peirce torna-o o pai de uma semiótica não-positivista.
Lechte, John, "50 Pensadores Contemporâneos Essenciais:do Estruturalismo à Pós-modernidade", tradução de Fábio Fernandes,Editora Difel.,2002
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