sábado, 26 de junho de 2010

Semiótica: Roland Barthes

Depois de analisar Sade, Fourier e Loyola como "logotetas" e fundadores de "linguagens" em Sade, Fourier, Loyola - um exercício lembrando a "linguagem" (langue) da moda - Barthes escreveu sobre prazer e leitura em O Prazer do Texto. Este último marca uma antecipação do estilo mais fragmentário, personalizado e semificcional dos escritos futuros. O prazer do texto está "vinculado à consistência do self, do sujeito que está seguro de seus valores de conforto, expansividade, satisfação". Esse prazer, que é típico do texto legível, contrasta com o texto de jouissance (o texto do divertimento, do êxtase, da perda do self). O texto do prazer contém muitas vezes delicadeza e refinamento supremos, em contraste com o freqüentemente ilegível texto poético da jouissance. Os próprios textos de Barthes, especialmente de 1973 em diante, podem ser descritos acuradamente em termos dessa concepção de prazer. Assim, após desfilar a linguagem (langue) de outros, Barthes, como um escritor de prazer, passou a dar largas a sua própria linguagem singular. De um ponto em que se tornou crítico por medo de não ser capaz de escrever (ficções em particular). Barthes não só se tornou um grande escritor, como também tornou difusa a distinção entre crítica e escrita (poética).


Lechte, John"50 Pensadores Contemporâneos Essenciais:do Estruturalismo à Pós-modernidade", tradução de Fábio Fernandes,Editora Difel.,2002

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